Matérias da categoria ‘Coluna’
Imagem e agenda no Legislativo
Mande uma carta
Se você, assim como eu, pensou que havia se tornado mais produtivo e eficiente no trabalho munido de um celular que entrega emails instantaneamente e fica sempre conectado à internet, saiba que estamos, provavelmente, perdendo tempo. É o que indica uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Irvine. O resultado mostra que profissionais que checam e respondem emails constantemente se estressam mais e produzem menos.
Essa conclusão pode não ser o suficiente para desbancar o reinado dos Blackberrys entre executivos. Nem evitar que funcionários mantenham suas janelas de Outlook, Gmail, Hotmail e outras caixas de entradas sempre abertas, alternando-as com telas de trabalho até 37 vezes por hora, uma vez a cada 97 segundos, só para ver se tem alguém chamando.
Não que seja por mal. Muitos profissionais procuram, assim, apenas manterem-se disponíveis para ajudar colegas, chefes e clientes. Mas é mesmo provável que o frenesi de mails, messages, chats, scraps, twits, comments e, agora, até “cutucadas” via Facebook esteja mesmo levando muita gente a trabalhar mais e resolver menos, ou a criar, no fim do dia, mais problema do que solução.
Na rotina de uma empresa, ou no pensamento de alguns colegas, passar o dia de prontidão na caixa postal eletrônica respondendo ou distribuindo mensagens em sequência pode indicar, até, que você não tem nada melhor a fazer, ou que esteja invertendo prioridades, ou simplesmente preocupando-se com elas mais intensamente, porém menos atentamente do que deveria. Leia o restante deste texto »
Tabela de “jobs” parlamentares
Na terça-feira, quando os vereadores de Araraquara aprovaram reajuste de 60% em seus próprios salários, para R$ 8 mil, voltou-me aquela ideia de que parlamentares pudessem ganhar remuneração variável, conforme seu desempenho, mérito e produtividade (coluna de 06/10/2011). Poderiam, assim, ganhar bem, muito bem até, desde que sua ação produzisse benefícios maiores do que seu custo para a sociedade. Ideia insensata, mas que faz pensar. Leia o restante deste texto »
Quer ser vereador? Prepare-se
Empreender ou não, eis a questão
Empreender parece ter virado palavra mágica entre economistas, editores, palestrantes, banqueiros, políticos, marqueteiros e consultores de negócios país afora. Fala-se disso em todos os meios, para todos os públicos, desde o vendedor ambulante que sonha montar sua lanchonete até o engenheiro que planeja desenvolver um software capaz de desbancar o Google ou o Facebook. Cada um puxa a brasa para sua sardinha, claro, já que esse discurso ajuda a emplacar consultorias, vender revistas, alavancar matrículas, estimular financiamentos e disseminar otimismo no mercado. Mas o entusiasmo tem lá seu fundamento. Leia o restante deste texto »
O que realmente importa
Oficialmente, a campanha eleitoral ainda não começou. Mas nos corações e mentes políticas da cidade só se pensa nisso. Na busca por alianças, fala-se em acordos partidários envolvendo a ocupação de secretarias municipais, cargos de direção em órgãos públicos e outras posições proeminentes no tabuleiro político e administrativo da cidade, mostrou a Tribuna em notas e reportagens diversas nas últimas semanas. Leia o restante deste texto »
O dinheiro que vem da cueca
Saudade do bicho-papão
No meu tempo, que nem é tão distante assim, criança tinha medo de fantasma, de monstro, de mula sem cabeça, de bicho-papão. Hoje, tem medo de bandido. Leia o restante deste texto »
Invente seu emprego
Universidades norte-americanas de prestígio cultivam a máxima de que seus estudantes não procuram empregos e, sim, os inventam. Muitas instituições de ensino superior, no Brasil, gostariam de poder dizer o mesmo. Algumas, mesmo sem programas avançados de pós-graduação, já estão criando suas próprias incubadoras de start-ups, como são chamadas as empresas nascentes que inovam em tecnologia. O objetivo é fazer do projeto de conclusão do curso de seus melhores alunos uma ponta de lança para o mercado (e, desta, um chamariz para os futuros melhores alunos). Leia o restante deste texto »
O que faz um deputado
Um ano depois de tomar posse na Câmara dos Deputados, em Brasília, o palhaço Tiririca cumpriu sua célebre promessa. Na campanha de 2010, ele vestira sua personagem e, com a voz entre inocente e irritante, desafiara os telespectadores no horário eleitoral gratuito. “Você sabe o que faz um deputado federal? Eu também não. Mas vote em mim que eu te conto.” Teve recorde nacional de votos. Agora, ele contou: “Deputado trabalha muito e produz pouco.” Leia o restante deste texto »
Só depois do Carnaval
Ano novo e já se começa a ouvir aquela história de que o trabalho no Brasil começa, mesmo, só depois do Carnaval. O pessoal brinca, acha graça, faz aquela cara de “comigo-não”. Mas quase todo mundo já foi apresentado a uma situação em que parece inevitável adiar planos e tarefas porque, por algum motivo, alguém ou alguma coisa só voltaria a funcionar, mesmo, depois do Carnaval. Leia o restante deste texto »
Homem do campus, homem da cidade
Um aluno, certa vez, me perguntou. “Você trabalha ou só dá aulas?” Não havia ironia na questão. Ele realmente queria saber se, além de ter feito mestrado, doutorado, escrito trabalhos científicos, participado de congressos, ministrado disciplinas, organizado eventos e projetos de pesquisa, se além disso, eu também tinha experiência prática da profissão. Mas estava explícita na pergunta a desvalorização do “dar aulas” sobre o “trabalhar”. Afinal, como se diz por aí, quem sabe faz (mesmo sem saber fazer) e quem não sabe ensina (ainda que não saiba ensinar). Leia o restante deste texto »
Tão longe, tão perto
Um aluno, certa vez, me perguntou. “Você trabalha ou só dá aulas?” Não havia ironia na questão. Ele queria saber se, além de ter feito mestrado, doutorado, publicações, conferências, disciplinas, eventos e projetos de pesquisa, eu também tinha experiência prática da profissão. Mas estava explícita na pergunta a desvalorização do “dar aulas” sobre o “trabalhar”. Afinal, como se diz, quem sabe, faz (mesmo sem saber fazer) e quem não sabe, ensina (ainda que não saiba ensinar). Leia o restante deste texto »
Escola para quê?
Em breve futuro, não será mais tão simples responder a uma criança por que ela tem, necessariamente, de ir à escola todos os dias. Dizer que lá ela irá estudar, aprender, descobrir, conhecer amigos, expressar ideias, fazer prova, passar de ano e, por fim, receber um diploma parecerá cada vez menos convincente para as próximas gerações, que terão seu conhecimento e experiência de vida fortemente influenciados por outras redes e ferramentas de comunicação e relacionamento, como, aliás, já começa a ocorrer. Leia o restante deste texto »
Natal.com
Comerciantes de Araraquara têm razão ao se preocupar com a timidez das luzes e enfeites de Natal nas ruas do Centro da cidade. Ainda que não sejam fator decisivo na opção do consumidor, cenários bem decorados com sinos, guirlandas, presépios, lâmpadas pisca-pisca e outros símbolos típicos criam um clima convidativo para as compras de fim de ano e podem servir, inclusive, como diferencial em relação ao comércio eletrônico, que cresce em ritmo galopante em todo o País. Leia o restante deste texto »
Tráfico e tabu
O Brasil entrou, nas últimas décadas, em um círculo vicioso com sua política de repressão ao tráfico, reflexo direto da “guerra contra as drogas” lançada por Richard Nixon, nos Estados Unidos, e que, agora, começa a ser revista por dezenas de países em todo o mundo, como mostra o documentário “Quebrando o tabu”, estrelado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e já disponível em algumas videolocadoras da cidade. Leia o restante deste texto »
Elefante branco
A proposta de concessão da Arena da Fonte à iniciativa privada confirmou, agora, o que muita gente já comentava antes mesmo de sua reinauguração: o estádio que viu a Ferroviária ser tricampeã do Interior (e depois cair para a série B-1), que consagrou jogadores como Pio e Bazani (e também vencedores de bingos caça-níqueis) e que recebeu investimentos do Governo Federal para reerguer-se de acordo com os padrões da Fifa (embora equipamentos de tevê mal passem pelos corredores que dão acesso às cabines de imprensa), a Arena da Fonte, enfim, é hoje um elefante branco para a cidade. Leia o restante deste texto »
Repressão só não basta
É compreensível e até louvável o esforço do poder público local para amenizar a exposição de adolescentes ao consumo de álcool, conforme informou e comentou, ontem, esta Tribuna. Mas tenho dúvidas se a abordagem com ênfase em segurança, apenas, é o melhor caminho. Na reportagem de Hever Costa Lima sobre as propostas do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) aparecem recorrentemente palavras como “patrulhamento”, “fiscalização”, “proibição”, “criminalidade”, “punições”, “endurecimento”, “violência”, “regras”, culminando com o eufemismo do “toque do acolher”. Quase nada sobre educação, orientação, apoio à família ou alternativas culturais que deem ao jovem alguma forma de lazer que não passe pela combinação de cigarro com cerveja. Leia o restante deste texto »
Brincando de consumir
Meu filho ganhou de presente do avô o “Super Jogo da Vida”. A embalagem já avisava: “agora com cartão de débito e crédito no lugar das notas de dinheiro!”. Imagens de sorrisos, diploma, carro e casamento, ao lado das marcas dos patrocinadores e do fabricante. Leia o restante deste texto »
Sempre falta alguma coisa
Apesar do valor simbólico, tanto faz para Araraquara estar em primeiro (2010) ou em terceiro lugar (2011) no ranking de qualidade de vida de municípios divulgado nesta semana pela Firjan. Métodos são sempre discutíveis e, como lembra Machado de Assis nas memórias póstumas de seu Brás Cubas, não devem “usar gravata”. O importante é que a cidade tem, reconhecidamente, um dos mais altos padrões de desenvolvimento do País, com bons níveis de emprego, renda, saúde e educação. Não é bem primeiro mundo. Mas é muito bom. Leia o restante deste texto »
A lei antiálcool
Não será fácil para o governador Geraldo Alckmin repetir, com sua lei antiálcool, o sucesso de seu antecessor com a lei antifumo. A fórmula é a mesma: símbolos ostensivos de proibição, repressão sobre comerciantes, blitze de fiscalização, multas pesadas, ameaça de interdição e até perda do registro para quem desobedecer. O marketing é semelhante: saúde, cidadania, responsabilidade, comprometimento. Mas os problemas são diferentes. Leia o restante deste texto »
Esmola e impotência social
A reportagem informa: “Pedintes conseguem até R$ 90 por dia para usar drogas”. A campanha orienta: “Não dê esmola, encaminhe para a Casa Transitória”. O morador reclama: “É muito desagradável ver um bando de bêbados no meio da tarde ao se atravessar uma praça”. A assistente social sensibiliza-se: “Eles já são desprovidos de todos os outros direitos. Vamos preservar ao menos o de ir e vir”. As pessoas, em geral, se incomodam, constrangem-se e não sabem bem o que fazer quando abordadas: “Por favor, me dá um trocado pra comprar comida”. Leia o restante deste texto »
O que a Facira quer ser
Descontado o aguaceiro que caiu no fim de semana, grande parte do insucesso da Facira parece reflexo de uma crise de identidade. Fora do discurso institucional, não há consenso sobre o que, afinal, a principal feira de Araraquara deve ser. O nome oficial indica uma vocação “agrocomercial e industrial”. A programação cultural aponta para o entretenimento popular, com brinquedos e shows de pagode e música sertaneja. E há o perfil beneficente, com reversão de recursos a entidades filantrópicas por meio de doações e serviços de alimentação. Leia o restante deste texto »
Corrupção nossa de cada dia
Ontem, 12 de outubro, foi dia das crianças, dia da padroeira do Brasil, dia do descobrimento da América, dia do atletismo e, também, dia de marcha contra a corrupção em dezenas de cidades no País. Em Araraquara, os organizadores imaginavam atrair cerca de 600 pessoas até o Parque Infantil. Ao final, após a exibição de faixas e algumas palavras de ordem, apenas 80 assinaturas foram colhidas.
Quanto vale um vereador
Não acho absurdo que um vereador ganhe quase R$ 8 mil por mês, como propõe projeto que vem sendo negociado pelo Legislativo de Araraquara, conforme informou Hever Costa Lima, nesta Tribuna Impressa (4/10, p. A-3). É um valor módico se comparado, por exemplo, ao salário do presidente do Senado, José Sarney, que leva para casa, oficialmente, cerca de R$ 60 mil mensais. Somada a verba de gabinete e outros benefícios indiretos, a mensalidade paga a esses parlamentares de elite pode chegar a R$ 159 mil, de acordo com dados do próprio Congresso e da ONG Transparência Brasil. No Judiciário, também há vários casos assim. Leia o restante deste texto »
Bom senso no comércio
Para a cidade é bom, muito bom mesmo, ter o comércio aberto aos sábados até as 17 horas. Acho que todos deveriam concordar com isso. É bom para quem vende, bom para quem compra, bom para quem passeia, bom para quem pesquisa, bom para quem presta uma infinidade de serviços que dependem do movimento nas ruas e calçadas para fazer o dinheiro circular. É isso o que faz da cidade o principal polo comercial da região. É o algo mais que ajuda a atrair gente de Matão, Taquaritinga, Ibitinga, Américo, Santa Lúcia, Ibaté e até da comercialmente acanhada São Carlos, para comprar, pesquisar, pechinchar, bater perna, tomar sorvete, cafezinho e, quem sabe, emendar um cinema e um restaurante na nossa cidade. É bom, enfim, porque dá impulso à nossa economia. Isso é bom. Ponto. Leia o restante deste texto »
Bons costumes
Antes que houvesse facções criminosas com celulares a controlar o tráfico de dentro dos presídios; antes que quadrilhas se pós-graduassem em logística para comandar roubos de carga nas rodovias da região; antes que garotos armados ousassem invadir residências, sequestrar e violentar pessoas; antes que surgissem as hordas de universitários bêbados gritando, brigando, urinando e atropelando velhinhas pelas ruas; antes, enfim, de tudo isso, houve um tempo em que tarefa de delegado de polícia em Araraquara era zanzar pelas ruas e praças fiscalizando o cumprimento da moral e dos bons costumes. Leia o restante deste texto »
Meu mendigo preferido
Estivessem vivos, Sabugo e Pemba, dois saudosos mendigos araraquarenses, poderiam se candidatar a um novo tipo de site de compras coletivas que está dando o que falar na internet.
O “Mendigo Urbano” divulga perfis de moradores de rua com o objetivo de sensibilizar grupos de internautas a contribuirem para a compra de um “kit mendigo”, no valor de R$ 250. Você escolhe seu mendigo preferido e doa o quanto quiser. Fechada a compra, ele ganha o valor do kit revertido em cesta básica, roupas e corte de cabelo. Leia o restante deste texto »
Leia, escreva… e compre
Enquanto, em Araraquara, o Ministério Público e a Prefeitura discutem a regularidade da compra, por R$ 1,5 milhão, de 48 lousas digitais para escolas municipais, nos Estados Unidos (onde mais?), pais, educadores e gestores travam há mais de dez anos um debate acalorado sobre a regulamentação da publicidade em sala de aula em troca de mais recursos para o financiamento do ensino público. Leia o restante deste texto »